Começa o conclave para escolha do sucessor do papa Francisco
Cerimônia no Vaticano reuniu 133 cardeais, que agora estão isolados na Capela Sistina para eleger o novo líder da Igreja Católica

O conclave que elegerá o novo papa teve início nesta quarta-feira (7), com o tradicional “Extra omnes” — ordem dada para que todos os não participantes deixem a Capela Sistina, marcando o início da votação. Os 133 cardeais com direito a voto já estão reunidos, em isolamento, para escolher o sucessor do papa Francisco, falecido no último mês.
A cerimônia começou com uma procissão dos cardeais da Capela Paulina até a Capela Sistina, onde se reuniram para oração antes da votação. O cardeal Pietro Parolin, presidente do conclave e apontado como um dos favoritos, dirigiu-se aos colegas: “Toda a Igreja, unida em nós em oração, invoca a graça do Espírito Santo para que seja eleito um digno pastor do rebanho de Cristo”.
Após isso, Diogo Ravelli, mestre das celebrações litúrgicas, proferiu o “Extra omnes” (“Todos para fora”) e as portas foram fechadas. A partir desse momento, os cardeais ficam completamente isolados, sem comunicação com o mundo exterior, até a escolha do novo pontífice.
A eleição pode durar de um a três dias, com até quatro votações por dia — duas pela manhã e duas à tarde. Se, após o terceiro dia, nenhum nome alcançar os dois terços necessários (89 votos entre 133), uma pausa de 24 horas será feita para orações. Caso a indecisão persista após 34 votações, apenas os dois mais votados disputarão um segundo turno, ainda exigindo dois terços dos votos.
A cor da fumaça que sai da chaminé da Capela Sistina sinaliza o andamento da eleição: fumaça preta indica que ainda não há vencedor; fumaça branca confirma que um novo papa foi escolhido.
Entre os 133 cardeais, sete são brasileiros: Sérgio da Rocha, Jaime Spengler, Odilo Scherer, Orani Tempesta, Paulo Cezar Costa, João Braz de Aviz e Leonardo Ulrich Steiner.
O uso do latim permanece como idioma oficial durante todo o processo, inclusive nas cédulas de votação (“Eligo in Summum Pontificem”) e na proclamação do novo papa. A tradição do conclave com portas fechadas remonta ao século XIII, adotada para agilizar a escolha papal, que em outros tempos chegou a demorar anos.
Conclaves recentes, como os de 2005 (Bento XVI) e 2013 (Francisco), foram encerrados em dois dias.
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