Adolescente é apreendida por apologia a crimes de ódio na internet durante operação nacional
Ação faz parte da 2ª fase da Operação Infância Segura, que mira organização criminosa acusada de crimes cibernéticos contra crianças e adolescentes

Uma adolescente de 17 anos foi apreendida nesta quarta-feira (14) em Cruzeiro do Sul, durante a 2ª fase da Operação Infância Segura, deflagrada pela Polícia Civil do Rio de Janeiro. A jovem é investigada por apologia a crimes de ódio na internet, incluindo incentivo à automutilação e maus-tratos a animais.
A apreensão foi realizada pela Polícia Civil do Paraná (PC-PR), com apoio da delegacia de Paranacity. Após ser localizada, a adolescente foi levada para a delegacia de Paranavaí e será encaminhada para internação no Centro de Socioeducação e Casa de Semiliberdade (Cense).
Segundo a Polícia Civil, a jovem já havia sido alvo da 1ª fase da operação, em abril, quando foram apreendidos em sua residência objetos como máscaras, simulacros e um celular contendo vídeos relacionados aos crimes.
Outro adolescente foi apreendido no mesmo dia em General Carneiro, no sul do Paraná, mas a polícia não divulgou detalhes sobre o caso.
Operação ocorreu em cinco estados
Ao todo, cinco adolescentes foram apreendidos nesta 2ª fase da operação: um em Belo Horizonte (MG), um em Campo Grande (MS), um em Balneário Piçarras (SC) e os dois no Paraná. Um mandado de busca e apreensão também foi cumprido em São Paulo. A ação mobilizou cerca de 60 policiais civis em todo o país.
Na 1ª fase, realizada em 15 de abril, dois adultos foram presos e sete adolescentes apreendidos.
Como começou a investigação
A operação teve início após um crime ocorrido em fevereiro, quando um adolescente queimou 70% do corpo de um morador de rua na Zona Oeste do Rio de Janeiro. A agressão foi filmada e transmitida ao vivo pelo Discord para mais de 220 pessoas. A partir desse caso, a polícia descobriu uma organização criminosa voltada à prática de crimes cibernéticos envolvendo adolescentes.
Os crimes investigados incluem:
Tentativa de homicídio
Instigação ao suicídio e automutilação
Estupro virtual de vulnerável
Divulgação de material de exploração sexual infantil
Apologia ao nazismo
Maus-tratos a animais
Invasão de dispositivos de informática
Crimes de ódio em geral
Agências internacionais como a HSI (Homeland Security Investigations) e o NCMEC (Centro Nacional para Crianças Desaparecidas e Exploradas) colaboraram com relatórios e informações cruciais.
A ação foi coordenada pela Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (Dcav), com apoio do CyberLab da Secretaria Nacional de Segurança Pública e de polícias civis de cinco estados.
Discord se manifesta
A plataforma Discord, usada para a prática dos crimes, emitiu nota informando que baniu as contas envolvidas, removeu o servidor criminoso e que colaborou proativamente com as autoridades brasileiras. A empresa reforçou seu compromisso com a segurança e afirmou contar com equipes especializadas e ferramentas avançadas de moderação.
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