O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou nesta quinta-feira (5) que talvez seja melhor “deixar Rússia e Ucrânia lutarem por um tempo” antes de forçar um acordo de paz entre os dois países. A fala ocorreu durante reunião no Salão Oval com o chanceler alemão Friedrich Merz, e marca uma possível mudança na estratégia americana para encerrar o conflito, que completou três anos em fevereiro.

Detalhes da declaração

Ao comentar a guerra iniciada com a invasão russa em 2022, Trump comparou o conflito a uma briga entre “duas crianças pequenas que se odeiam”. “Às vezes, é melhor deixá-los lutar por um tempo e depois separá-los”, disse. O presidente americano também afirmou ter transmitido essa analogia diretamente a Vladimir Putin em uma conversa telefônica ocorrida na quarta-feira (4).

Trump deixou em aberto a possibilidade de impor sanções econômicas tanto à Rússia quanto à Ucrânia, dependendo da evolução do conflito. “Quando eu perceber que isso não vai parar... vamos ser muito, muito duros”, alertou.

Postura diante da guerra

Apesar de ter prometido em campanha que resolveria o conflito em apenas 24 horas, Trump vem enfrentando dificuldades para avançar em negociações. Conversas recentes com Putin e com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, não tiveram resultados concretos.

Embora delegações de menor escalão dos dois países tenham se encontrado recentemente em Istambul, na Turquia, os encontros resultaram apenas em acordos pontuais de troca de prisioneiros. As conversas formais para um cessar-fogo ou acordo de paz seguem estagnadas.

Trump já havia demonstrado pessimismo quanto a um desfecho próximo. Em publicação no Truth Social, relatou sua conversa com Putin: “Discutimos o ataque aos aviões atracados da Rússia, realizado pela Ucrânia, e também vários outros ataques que vêm ocorrendo de ambos os lados. Foi uma boa conversa, mas não uma conversa que leve a uma paz imediata.”

Putin, segundo Trump, teria afirmado com veemência que pretende responder ao ataque ucraniano aos aeródromos russos. As falas refletem um momento de crescente tensão, em que os Estados Unidos podem adotar medidas mais duras contra os dois lados caso o impasse se prolongue.