Um terremoto de magnitude 8,8 na escala Richter sacudiu a costa de Kamchatka, no extremo leste da Rússia, nesta quarta-feira (30), provocando alertas de tsunami em diversos países, como Japão, Havaí, Chile e até a Polinésia Francesa. O sismo foi seguido por uma erupção do vulcão Klyuchevskoy, considerado o mais ativo da península russa.

O epicentro foi registrado a cerca de 119 km a leste-sudeste de Petropavlovsk-Kamchatsky, cidade com aproximadamente 165 mil habitantes, a uma profundidade de 19,3 quilômetros, segundo o Serviço Geológico dos EUA. Cientistas russos classificaram o tremor como o mais intenso na região desde 1952.

Alertas de tsunami e evacuações

Com o abalo sísmico, ondas de tsunami foram registradas em várias regiões. O Japão e o Havaí chegaram a emitir ordens de retirada em áreas costeiras. As autoridades japonesas lembraram os moradores do desastre de 2011, quando um terremoto de magnitude 9 devastou a costa leste do país.

No entanto, após algumas horas, os alertas de tsunami foram rebaixados por Japão, Havaí e Rússia. Mesmo assim, a Polinésia Francesa manteve o alerta em algumas ilhas das Marquesas, orientando os moradores a se dirigirem para áreas elevadas, diante da possibilidade de ondas de até 2,5 metros.

Danos na Rússia

Na cidade de Severo-Kurilsk, ao norte das Ilhas Kuril, as ondas ultrapassaram 3 metros e chegaram a atingir 5 metros em alguns pontos, segundo a agência russa RIA. O tsunami inundou parcialmente o porto e uma usina de processamento de peixes, além de arrastar embarcações. Imagens de drones mostraram toda a linha costeira submersa.

Alexander Ovsyannikov, prefeito local, pediu à população que evitasse o uso de fogões a gás e avaliasse os danos em suas casas. Apesar da força do tremor e das inundações, o Kremlin informou que não houve mortes, destacando a qualidade das construções locais e a eficácia dos sistemas de alerta.

Vulcão entra em erupção

Pouco depois do terremoto, o vulcão Klyuchevskoy entrou em erupção. O Serviço Geofísico Unido da Academia Russa de Ciências relatou que lavas quentes desciam pela encosta oeste, com brilho intenso no cume e explosões frequentes. A atividade vulcânica é monitorada pelas autoridades russas.

Reflexos internacionais

O Havaí registrou ondas de até 1,7 metro. No Japão, a maior onda chegou a 1,3 metro. Ondas menores foram percebidas em locais distantes, como a Califórnia e a província canadense de Colúmbia Britânica. Voos chegaram a ser suspensos no aeroporto de Honolulu, mas foram retomados horas depois.

Na Polinésia Francesa, as primeiras ondas chegaram às ilhas nas primeiras horas da manhã (horário local), elevando o estado de atenção na região.