Um navio com mais de 3 mil veículos zero quilômetro, incluindo 800 elétricos, está em chamas desde o dia 3 de junho na costa do Alasca. O incêndio começou em um dos deques onde estavam armazenados veículos elétricos e híbridos, possivelmente devido às baterias de íons de lítio.

A embarcação, chamada Morning Midas, levava 3.159 veículos e navegava com bandeira da Libéria. Ela havia saído de Yantai, na China, e seguia para o porto de Lázaro Cárdenas, no México. A 482 km da costa do Alasca, os 22 tripulantes precisaram abandonar o navio após não conseguirem controlar as chamas.

O foco inicial do fogo teria sido um deque que armazenava carros elétricos e híbridos chineses. As autoridades ainda não identificaram as marcas dos veículos.

Segundo a Zodiac Maritime, empresa operadora da embarcação, o incêndio continua ativo e o processo de salvatagem está em andamento. Rebocadores com capacidade de combate ao fogo enfrentam dificuldades pela distância e pela intensidade das chamas.

Incêndios em veículos elétricos são especialmente difíceis de combater por causa das baterias de íons de lítio, que podem atingir até 2.700 °C e se reativar mesmo após o controle do fogo.

Um rebocador chegou ao local nesta segunda-feira (9), mas limitou-se a monitorar a situação. Outros dois rebocadores estão a caminho. Boa parte da embarcação ainda está intacta, mas a extensão real dos danos só será avaliada após o controle total do incêndio.

Casos como esse têm se tornado mais frequentes. Em 2022, um navio com 4 mil carros de luxo afundou após pegar fogo nos Açores. Relatório de 2025 da Allianz Commercial aponta que os incêndios em navios atingiram o nível mais alto em dez anos, com destaque para transportadores de automóveis e navios roll-on/roll-off.