Greta Thunberg acusa Israel de sequestro após deportação
Ativista sueca foi detida ao tentar levar ajuda humanitária à Faixa de Gaza e afirmou que foi levada contra a vontade para Israel.

A ativista ambiental sueca Greta Thunberg acusou o governo de Israel de tê-la sequestrado após ser detida a bordo da embarcação “Madleen”, interceptada no domingo (8) quando tentava levar ajuda humanitária à Faixa de Gaza. A jovem foi deportada nesta terça-feira (10), em voo com destino à Suécia.
Interceptação e deportação
Greta estava entre os 12 ativistas internacionais que participavam da missão humanitária organizada pela Freedom Flotilla Coalition. Segundo os organizadores, o barco transportava fórmulas infantis, alimentos e suprimentos médicos. O governo israelense, no entanto, afirmou que a carga era insignificante, inferior à de um caminhão comum.
A embarcação foi cercada por drones e navios da Marinha de Israel antes de ser levada ao porto de Ashdod. Todos os ativistas passaram por exames médicos, segundo o Ministério das Relações Exteriores israelense, e foram posteriormente encaminhados ao aeroporto de Tel Aviv.
Pronunciamento em Paris
Durante conexão no aeroporto Charles de Gaulle, em Paris, Greta falou com jornalistas. “Nós fomos sequestrados em águas internacionais e levados contra nossa própria vontade para Israel”, declarou. Ela afirmou que autoridades israelenses pediram que assinasse um documento reconhecendo entrada ilegal em águas de Israel, o que recusou.
A ativista também denunciou que, após a detenção, o grupo foi separado e teve dificuldades para contatar advogados. “Sabíamos dos riscos dessa viagem. O objetivo era chegar a Gaza. Mas não desobedecemos nenhuma lei, não fizemos nada de errado”, afirmou.
Críticas a Trump e insistência na causa
Greta também respondeu com ironia às críticas do presidente dos EUA, Donald Trump, que a chamou de “jovem raivosa”. “Eu acho que o mundo precisa de muitas mais jovens raivosas, com tudo o que está acontecendo”, disse, sorrindo.
Antes de seguir viagem, afirmou que continuará engajada com a causa palestina: “Não vamos desistir. Este definitivamente não é o fim”.
Greta Thunberg estava a bordo da embarcação "Madleen", organizada pela Freedom Flotilla Coalition, que tinha como objetivo levar ajuda humanitária à Faixa de Gaza, incluindo alimentos, fórmulas infantis e suprimentos médicos. O grupo pretendia romper simbolicamente o bloqueio imposto por Israel ao território palestino, considerado por diversas entidades internacionais como uma forma de cerco humanitário. A embarcação foi interceptada por forças navais israelenses em águas internacionais, segundo os ativistas, e levada ao porto de Ashdod, em Israel. Após a apreensão, os ocupantes do barco foram detidos. Greta foi posteriormente deportada.
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